quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

LGBT em 2011;


A comunidade LGBT foi posta, em 2011, à diversos fatos e acontecimentos importantes. Ainda percebemos intolerância, preconceito, agressões e desrespeito assim como nos anos anteriores, mas 2011 foi marcado pela criação de novas leis e politicagens que conseqüentemente desencadearam inclusão de muitos jovens na sociedade.

Casamento homoafetivo, sem dúvidas, foi um dos temas mais abordados. No Brasil, a legislação do Superior Tribunal Federal reconheceu e aprovou a união estável entre casais do mesmo sexo. O mundo também foi marcado por esse tema, em diversos templos religiosos, tanto cristãos quanto judaicos, foram realizadas tais cerimônias. Apesar da polemica trazida com esse fato, com protestos religiosos, políticos e sociais, essa consideração era necessária para iniciar a inclusão dos homossexuais no meio civil.

Falando em protestos políticos, quem não lembra do “Sr. Pai dos Gays”, o deputado Jair Bolsonaro? Com seus comentários esdrúxulos que condenavam a homossexualidade, encarando-a como desvio de condutada e má criação. Não só Homofobia, mas xenofobia e racismo estavam presentes nos debates e polêmicas que envolviam o deputado. 

Papa Bento XVI também deu seus ares nesse tema, afirmou que os homossexuais devem ser respeitados como pessoas que "não devem ser discriminadas porque apresentam aquelas tendências". "O respeito pela pessoa é absolutamente fundamental e decisivo", defendeu o Pontífice. Ele completou que, "todavia, o profundo sentido da sexualidade é um outro. Poderia dizer, querendo se expressar nestes termos, que a evolução gerou a sexualidade com a finalidade da reprodução". Essas citações apenas enrolaram sua postura diante à homossexualidade, ficou ambígua, incoerente. Afinal Papa Bento XVI condena ou não a relações entre pessoas do mesmo sexo? Fica a incógnita.

As agressões ficam por conta das grandes metrópoles, São Paulo e Rio de Janeiro demonstraram-se cidades bastante homofóbicas, de um modo generalizado obviamente, porém liderando o ranking de denúncias de intolerância e preconceito homossexual. As notícias e os maiores escândalos concentram-se nessa região; lembram-se do pai e filho que foram agredidos por serem confundidos com gays? - Interior de São Paulo. Mas Sabemos que esse tipo de atitude irracional está presente no mundo todo, pequenas, médias ou grandes cidades; preconceito existe aonde menos esperamos.

Homossexualidade abordada nos emissoras de televisão serviu como método de conscientização das pessoas que acompanhavam as telenovelas; porém essas emissoras tenderam transmitir o que atraia atenção do público, e acabaram se tornando incoerentes e mesquinhas por esculpirem a realidade, enquadrando o temo ao que julgavam ser tolerado pelos telespectadores. Agressão física e verbal foi mostrada, mas gestos afetivos eram raros, eram estampados com outras cenas. O público não está preparado? Como estariam se não são informados sobre o verídico?

Muita coisa ruim marcou esse ano, mas muito se fez pra “melhorar” a vivência de gays, lésbicas, transexuais, trangêneros, travestis... no meio social, como civis e cidadãos. Cabe ao mundo a reflexão, a tolerância, o respeito ao próximo não importando cor, raça, religião ou sexo, em 2012, para novas conquistas serem efetuadas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Adoção Homoafetiva (II);

Quando se trata de homossexualidade, a questão da adoção é algo extremamente polêmico que enseja controvérsias tanto nos meios jurídicos, quanto sociais e religiosos. A oposição baseia-se no questionamento em relação ao estado psicológico da criança e a sua convivência acedida dentro da sociedade. Negar o processo adotivo a uma pessoa pelo simples fato dela ser considerada diferente dos padrões “normais”, estabelecidos pela sociedade, é um ato de discriminação.

O princípio da adoção, em qualquer plano legislativo, é defender o bem estar da criança levando em consideração sua atual condição de vida e como seria se vivesse num novo lar. Se a união entre duas pessoas, inclusive homoafetivas, tiver um lar duradouro, onde se estabeleça os deveres de assistência diária e convivência num ambiente digno e tranqüilo, não se pode negar a visível vantagem para o adotado, que, na maioria das vezes, vivia em condições precárias de abandono e maus tratos.

Porém, uma razão utilizada pela oposição para o não reconhecimento legal de famílias homoafetivas é a crença generalizada de que esse tipo familiar interferiria prejudicialmente no desenvolvimento psicológico dessas crianças. Resumem, basicamente, que a ausência de uma figura do gênero masculino ou feminino colocaria em risco a identidade sexual da criança, podendo esta tornar-se homossexual também. Confunde-se, portanto, a sexualidade com a função parental – ligada somente às questões de disciplina, comportamento e supervisão. Se fosse regra, pais heterossexuais não teriam filhos homossexuais.

Além disso, a apreensão de que o adotado possa ser alvo de repúdio na sociedade, seja na escola ou nas ruas, sofrendo escárnios dos próprios colegas e vizinhos, acarretaria perturbações psicológicas e problemas de inserção social. Porém, com base em pesquisas, não foram constatados quaisquer efeitos que prejudicassem o desenvolvimento moral ou emocional por conviver com pais do mesmo sexo; comprovando que a falta de pais heterossexuais não coloca em risco a identidade de gênero da criança.

Fica claro, portanto, que a polêmica que entorna a adoção homoafetiva na sociedade é basicamente relutância dos opositores baseados em idéias pré-formuladas, ou seja, preconceito e discriminação. Essas idéias, por sua vez, se esculpidas com reflexão, regulamentaria esse processo solidário e consciente, diminuindo em grande escala o índice de crianças órfãs no Brasil.

(Dissertação Argumentativa) Carlos Augusto Pereira

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Distorção do Verídico;

Ao desempenhar seu papel na transmissão de informações e entretenimento aos telespectadores, a TV brasileira tem, nos últimos anos, deformado o que realmente é fato ou verídico; principalmente quando os autores de artigos ou telematurgias distorcem, de certa maneira, determinado tema, ao que eles julgam ser correto.

Estimuladas pelo capitalismo exercido sobre a sociedade de hoje, as emissoras de TV tendem a transmitir o que atraia atenção do público, e acabam se tornando incoerentes e mesquinhas ao esculpirem a realidade. A homossexualidade, por exemplo, pauta e tema de muitas telematurgias brasileiras, é mostrada de maneira retórica e distorcida; cenas agressivas, esdrúxulas e preconceituosas são vistas constantemente, mas as afetivas são tratadas como afronta à sociedade. É exatamente isso que os autores fazem: usar o “comum” por temerem a “perda” dos telespectadores, mesmo que o comum não seja verdade.

A sociedade brasileira, por ser cega e carecida de senso crítico, acaba sendo manipulada e submetida à surpreendente influência que a TV exerce sobre ela, nos hábitos e na maneira de pensar. É evidente que os meios de comunicação, principalmente a televisão, são grandes formadores de opinião, do contrário não se investiria tanto em propagandas e marketing. A violência, a sexualidade, os estereótipos de raça e gênero e o abuso de drogas e álcool são temas comuns nos programas televisivos; e por tamanha influência, o público incompreensível pode assumir o que vê como sendo algo normal, aceitável e, por vezes, posto em prática.

Desse modo, as mutações que as informações sofrem das emissoras da TV brasileira, devido às distorções e deformações do que é verdade, tendem “empobrecer” os conceitos étnicos da população, que não desfrutam desse contexto por natureza; mas se estimulados por leitura, debates e pela busca por conhecimentos, quem empobreceria, só que agora economicamente, seriam as próprias emissoras, por lidarem com pessoas fertilizadas de senso crítico.

Você até tem o direito de julgar pelo o que vê superficialmente, mas expor seus “achismos” com a intenção de manipular as pessoas à tornarem-se adeptas aos seus conceitos, não!

Carlos Augusto Pereira

sábado, 10 de setembro de 2011

Religião e Homossexualidade;

Que tradição esdrúxula é essa que o cristianismo insiste em pregar sobre diferentes tipos de sexualidade na sociedade? A freqüência na utilização dos termos "o que é correto", "divino" e "bíblico" se tornam tão banais, que os próprios fiéis sintetizam dúvidas sobre o que realmente é verdade.

A idéia de controlar a sexualidade das pessoas não faz relação com preceitos religiosos, dependendo da crença. Que razão há em querer controlar quem você quer beijar ou com quem quer manter relações sexuais? Os personagens bíblicos não são os melhores exemplos de virtude, pureza e singelidade; o que se menciona sobre a vida deles, são relatos hostis, agressivos e adversos. É isso que a sociedade quer? A ética religiosa deveria restringir-se em pregar a inexistência de violência, o respeito ao próximo, a compreensão, o amor e o carinho; não manter atitudes mesquinhas de esculachar ou condenar os ditos "diferentes", pois tais fatores não excluem as relações homoafetivas do conceito família ou casal.

Infelizmente, o hábito de julgar certas atitudes afetivas é grande. Essa intolerância leva as pessoas a agredirem outras na rua, simplesmente por não acharem "normal" ou não saberem lidar com as diferenças. Na verdade, esse estereótipo de "diferenças sexuais" não deveria existir, de certa forma é um modo discriminante ou uma atitude de isolar certos "grupos". O amor hétero e o amor homossexual não são diferentes.

Todo argumento religioso contra a homossexualidade, se analisarmos criticamente, podemos perceber convicções cegas, sustentadas por argumentos pessoais e apoiados por "escolhas" e não por argumentos racionais. O uso da religião para condenar homossexualidade é só uma máscara utilizada para cobrir o preconceito de pessoas incoerentes, que julgam sem conhecer.

Falar sobre religião é algo totalmente árduo, as idéias, as crenças e os conceitos sobre tal tema são muito complexos; e infelizmente a minha opinião pode não ser a mesma que a sua. Mas tenha senso crítico e opinião própria pra considerar aquilo que realmente valorize você, sem se deixar cair nos preceitos populares.

Carlos Augusto Pereira

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Homossexualidade e o tabu familiar;

O preconceito homossexual, o mais robusto na nossa sociedade, é, sem dúvidas, reproduzido com mais freqüência dentro do próprio ambiente familiar.

Poderíamos dizer, remotamente, que existem “padrões” em como educar os filhos; em geral, os pais temem que estes sejam Gays ou Lésbicas e apelam para estratégias irrisórias de reforço à sexualidade instituída de geração em geração, a heterossexualidade. Quem nunca foi criança, e os pais, irmãos, tios, avós nos perguntavam se tínhamos “namoradinhos” na escola? Os adultos, automaticamente, tornam-se vigilantes a quaisquer “sinais” que indiquem homossexualidade na família. Tais estratégias de educação conservadora, orientada para que não haja variação daquilo que é estabelecido pela sociedade, são características de uma ordem familiar em que são necessários preconceitos para que se possa estabelecer/manter aquilo que é “certo”. E infelizmente é o que ocorre em ambientes familiares por todo o mundo.

A família é, direta ou indiretamente, responsável pela construção da nossa identidade; nela temos nossas primeiras impressões sobre o mundo e nossos primeiros processos de socialização, assimilando, assim, os primeiros passos para o desenvolvimento enquanto pessoa e cidadão. Associamos à família com a nossa personalidade, pois é nela que adquirimos valores, crenças, modos de comportamento e respeito. Nela nos refugiamos e nos abrigamos, procuramos carinho, amor e afeto. Mas quando um membro assume ser o que para família é algo diferente e muitas vezes considerado anormal, toda estrutura se desmorona.

Assumir-se gay ou lésbica é “dizer” que não viverá segundo o que é natural ou convencional, que viverá de modo inusitado e diferente para a sociedade, quebrando os tabus de que “a família ideal deve ser constituída por um homem e uma mulher, com seus respectivos filinhos”. Sim, experimentar uma nova forma de casamento e família. Pois para construir um casal é necessário, simplesmente, amor, respeito, companheirismo e apoio mútuo, não sendo necessário a existência de duas pessoas de sexo oposto.

Com a afirmação da homossexualidade é esperado, da família, aceitação e apoio para que se possa continuar caminhando e vivendo, enfrentando desafios e dilemas no mundo, nos outros contextos sociais conseqüentes, dos quais somos submetidos todos os dias. Mas, como muitas coisas na sociedade, nada é tão simples ou como queremos. E nem todas as famílias são perfeitas e compreensíveis ou atendem a tais expectativas; dentro delas ocorrem casos de violência motivada pela orientação sexual, por falta de compreensão, muitos pais e mães acreditam que se trata de uma doença ou de uma fase, adotando posturas drásticas, como tentar proibir o adolescente de conviver com seus amigos, tratamentos psiquiátricos ou até mesmo agressões físicas. Se homossexualidade fosse optativo, acham mesmo que as pessoas prefeririam ser àquilo que é aberração, grotesco, motivos de escárnios, de deboches, de descriminalização, pela sociedade?

Obviamente que esquecer e dispersar todas as crenças, tradições e costumes de tempos passados é ignorância, o que deve ser feito é uma filtração, e manter àquilo que beneficia todas as pessoas dentro da família. Não julgue ou ridicularize o que você não conhece, apenas reflita e tente compreender que o mundo é feito de diferenças, se não fossem estas, viveríamos numa completa monotonia de idéias, conceitos, opiniões e gostos.

É necessário diversidade no mundo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Liberdade sem distinção;

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais no que diz respeito à sua dignidade e seus direitos e que cada um pode se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades sem nenhuma distinção" - afirma o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Isso mesmo galera! Na última sexta feira (17/06/2011) a ONU criou a primeira medida de apoio aos direitos dos homossexuais, defendendo a igualdade social entre a população, penando, assim, pessoas que discriminam e que agem com violência contra aqueles que se “diferem” por sua orientação sexual ou, como se referiram, identidade de gênero.

Tal medida contou, inclusive, com o voto favorável do Brasil, além dos Estados Unidos e de diversos países da União Européia. Assegurando que, finalmente, um projeto de leis respeitável está beirando um futuro bastante promissor à comunidade LGBT.

De acordo com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, "Representa um momento histórico para ressaltar os abusos aos direitos humanos e as violações sofridas pelas pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais em todo o mundo, apenas por serem quem são".

De fato é visível tamanho preconceito existente hoje dentro da sociedade, tanto ocidentais quanto nas orientais – que digamos de passagem, foi o principal motivo que despertou entre os líderes das Nações Unidas a necessidade de um projeto de leis que penaliza quem discrimina por sexualidade. Espera-se, com tais medidas, uma diminuição contínua do índice de violência sexual que está, a cada dia, mais evidente entre as pessoas.

“Não é necessário aceitar o que pra você parece ser estranho, grotesco ou diferente, mas é direito de todos ser respeitado, não importando sexo, raça ou religião”.

Carlos Augusto

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Conheça antes de Julgar;

É fácil dizer que você é contra homossexuais e sair por aí naturalmente como se homossexualidade fosse uma espécie de abominação ou anormalidade, que você pode escarniar e sonegar quando bem entender, mas infelizmente, ou felizmente para você, nada o impede de agir dessa maneira, AINDA!

Na sociedade atual, na qual vivenciamos diariamente, é perceptível o tamanho das polêmicas que envolvem medidas relacionadas à criação de direitos homossexuais e leis contra a homofobia. A polêmica está exatamente no posicionamento da demanda contrária à tais decisões/moderações, onde estimula uma incrível distorção naquilo que costumamos chamar de “direito”, pois para os oposicionistas, basicamente, apenas os heterossexuais têm direitos de cidadania e democracia, enquanto homossexuais “lutam” sem descanso por respeito e interação social entre a população. Onde está a justiça nisso tudo?

Homossexualidade refere-se à um senso de realidade pessoal e social com base em suas atrações físicas ou emocionais por pessoas do mesmo sexo, mas costumo dizer que sexualidade não é opção, mas uma condição que lhe é posta desde que você nasce. Circunstância esta que faz toda diferença, pois você não optaria por algo que lhe prejudicasse, ou alguém opta pela pobreza? Por ser cego ou possuir qualquer outro tipo de limitação? Por possuir qualquer característica física que lhe tornasse infeliz? Com base nessas perguntas é claro e evidente que ninguém responderia “sim, eu opto por ser diferente do padrão constituído pela sociedade”, por esse motivo, quem optaria por ser homossexual, na sociedade de hoje, sabendo do sofrimento causado pelo preconceito e discriminação, sendo comparados à marginais, aturando agressões, ridicularizações e insultos desde que você, supostamente, “optou” pela homossexualidade?

Reflita sobre isso, e procure conhecer antes de desenvolver conclusões preconceituosas sobre uma pessoa homossexual, sem nunca entender as dificuldades que estes enfrentam, pois assumir uma condição amplamente rejeitada pela sociedade conservadora que vivemos não é fácil. Precisamos, todos, aprender com as pessoas diferentes e ouvir seus argumentos, já que os respeitando não nos torna homossexuais também, apenas pessoas que lutam por uma sociedade livre de qualquer tipo de preconceito e consequentemente discriminação.

Carlos Augusto pereita