sábado, 10 de setembro de 2011

Religião e Homossexualidade;

Que tradição esdrúxula é essa que o cristianismo insiste em pregar sobre diferentes tipos de sexualidade na sociedade? A freqüência na utilização dos termos "o que é correto", "divino" e "bíblico" se tornam tão banais, que os próprios fiéis sintetizam dúvidas sobre o que realmente é verdade.

A idéia de controlar a sexualidade das pessoas não faz relação com preceitos religiosos, dependendo da crença. Que razão há em querer controlar quem você quer beijar ou com quem quer manter relações sexuais? Os personagens bíblicos não são os melhores exemplos de virtude, pureza e singelidade; o que se menciona sobre a vida deles, são relatos hostis, agressivos e adversos. É isso que a sociedade quer? A ética religiosa deveria restringir-se em pregar a inexistência de violência, o respeito ao próximo, a compreensão, o amor e o carinho; não manter atitudes mesquinhas de esculachar ou condenar os ditos "diferentes", pois tais fatores não excluem as relações homoafetivas do conceito família ou casal.

Infelizmente, o hábito de julgar certas atitudes afetivas é grande. Essa intolerância leva as pessoas a agredirem outras na rua, simplesmente por não acharem "normal" ou não saberem lidar com as diferenças. Na verdade, esse estereótipo de "diferenças sexuais" não deveria existir, de certa forma é um modo discriminante ou uma atitude de isolar certos "grupos". O amor hétero e o amor homossexual não são diferentes.

Todo argumento religioso contra a homossexualidade, se analisarmos criticamente, podemos perceber convicções cegas, sustentadas por argumentos pessoais e apoiados por "escolhas" e não por argumentos racionais. O uso da religião para condenar homossexualidade é só uma máscara utilizada para cobrir o preconceito de pessoas incoerentes, que julgam sem conhecer.

Falar sobre religião é algo totalmente árduo, as idéias, as crenças e os conceitos sobre tal tema são muito complexos; e infelizmente a minha opinião pode não ser a mesma que a sua. Mas tenha senso crítico e opinião própria pra considerar aquilo que realmente valorize você, sem se deixar cair nos preceitos populares.

Carlos Augusto Pereira

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Homossexualidade e o tabu familiar;

O preconceito homossexual, o mais robusto na nossa sociedade, é, sem dúvidas, reproduzido com mais freqüência dentro do próprio ambiente familiar.

Poderíamos dizer, remotamente, que existem “padrões” em como educar os filhos; em geral, os pais temem que estes sejam Gays ou Lésbicas e apelam para estratégias irrisórias de reforço à sexualidade instituída de geração em geração, a heterossexualidade. Quem nunca foi criança, e os pais, irmãos, tios, avós nos perguntavam se tínhamos “namoradinhos” na escola? Os adultos, automaticamente, tornam-se vigilantes a quaisquer “sinais” que indiquem homossexualidade na família. Tais estratégias de educação conservadora, orientada para que não haja variação daquilo que é estabelecido pela sociedade, são características de uma ordem familiar em que são necessários preconceitos para que se possa estabelecer/manter aquilo que é “certo”. E infelizmente é o que ocorre em ambientes familiares por todo o mundo.

A família é, direta ou indiretamente, responsável pela construção da nossa identidade; nela temos nossas primeiras impressões sobre o mundo e nossos primeiros processos de socialização, assimilando, assim, os primeiros passos para o desenvolvimento enquanto pessoa e cidadão. Associamos à família com a nossa personalidade, pois é nela que adquirimos valores, crenças, modos de comportamento e respeito. Nela nos refugiamos e nos abrigamos, procuramos carinho, amor e afeto. Mas quando um membro assume ser o que para família é algo diferente e muitas vezes considerado anormal, toda estrutura se desmorona.

Assumir-se gay ou lésbica é “dizer” que não viverá segundo o que é natural ou convencional, que viverá de modo inusitado e diferente para a sociedade, quebrando os tabus de que “a família ideal deve ser constituída por um homem e uma mulher, com seus respectivos filinhos”. Sim, experimentar uma nova forma de casamento e família. Pois para construir um casal é necessário, simplesmente, amor, respeito, companheirismo e apoio mútuo, não sendo necessário a existência de duas pessoas de sexo oposto.

Com a afirmação da homossexualidade é esperado, da família, aceitação e apoio para que se possa continuar caminhando e vivendo, enfrentando desafios e dilemas no mundo, nos outros contextos sociais conseqüentes, dos quais somos submetidos todos os dias. Mas, como muitas coisas na sociedade, nada é tão simples ou como queremos. E nem todas as famílias são perfeitas e compreensíveis ou atendem a tais expectativas; dentro delas ocorrem casos de violência motivada pela orientação sexual, por falta de compreensão, muitos pais e mães acreditam que se trata de uma doença ou de uma fase, adotando posturas drásticas, como tentar proibir o adolescente de conviver com seus amigos, tratamentos psiquiátricos ou até mesmo agressões físicas. Se homossexualidade fosse optativo, acham mesmo que as pessoas prefeririam ser àquilo que é aberração, grotesco, motivos de escárnios, de deboches, de descriminalização, pela sociedade?

Obviamente que esquecer e dispersar todas as crenças, tradições e costumes de tempos passados é ignorância, o que deve ser feito é uma filtração, e manter àquilo que beneficia todas as pessoas dentro da família. Não julgue ou ridicularize o que você não conhece, apenas reflita e tente compreender que o mundo é feito de diferenças, se não fossem estas, viveríamos numa completa monotonia de idéias, conceitos, opiniões e gostos.

É necessário diversidade no mundo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Liberdade sem distinção;

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais no que diz respeito à sua dignidade e seus direitos e que cada um pode se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades sem nenhuma distinção" - afirma o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Isso mesmo galera! Na última sexta feira (17/06/2011) a ONU criou a primeira medida de apoio aos direitos dos homossexuais, defendendo a igualdade social entre a população, penando, assim, pessoas que discriminam e que agem com violência contra aqueles que se “diferem” por sua orientação sexual ou, como se referiram, identidade de gênero.

Tal medida contou, inclusive, com o voto favorável do Brasil, além dos Estados Unidos e de diversos países da União Européia. Assegurando que, finalmente, um projeto de leis respeitável está beirando um futuro bastante promissor à comunidade LGBT.

De acordo com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, "Representa um momento histórico para ressaltar os abusos aos direitos humanos e as violações sofridas pelas pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais em todo o mundo, apenas por serem quem são".

De fato é visível tamanho preconceito existente hoje dentro da sociedade, tanto ocidentais quanto nas orientais – que digamos de passagem, foi o principal motivo que despertou entre os líderes das Nações Unidas a necessidade de um projeto de leis que penaliza quem discrimina por sexualidade. Espera-se, com tais medidas, uma diminuição contínua do índice de violência sexual que está, a cada dia, mais evidente entre as pessoas.

“Não é necessário aceitar o que pra você parece ser estranho, grotesco ou diferente, mas é direito de todos ser respeitado, não importando sexo, raça ou religião”.

Carlos Augusto

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Conheça antes de Julgar;

É fácil dizer que você é contra homossexuais e sair por aí naturalmente como se homossexualidade fosse uma espécie de abominação ou anormalidade, que você pode escarniar e sonegar quando bem entender, mas infelizmente, ou felizmente para você, nada o impede de agir dessa maneira, AINDA!

Na sociedade atual, na qual vivenciamos diariamente, é perceptível o tamanho das polêmicas que envolvem medidas relacionadas à criação de direitos homossexuais e leis contra a homofobia. A polêmica está exatamente no posicionamento da demanda contrária à tais decisões/moderações, onde estimula uma incrível distorção naquilo que costumamos chamar de “direito”, pois para os oposicionistas, basicamente, apenas os heterossexuais têm direitos de cidadania e democracia, enquanto homossexuais “lutam” sem descanso por respeito e interação social entre a população. Onde está a justiça nisso tudo?

Homossexualidade refere-se à um senso de realidade pessoal e social com base em suas atrações físicas ou emocionais por pessoas do mesmo sexo, mas costumo dizer que sexualidade não é opção, mas uma condição que lhe é posta desde que você nasce. Circunstância esta que faz toda diferença, pois você não optaria por algo que lhe prejudicasse, ou alguém opta pela pobreza? Por ser cego ou possuir qualquer outro tipo de limitação? Por possuir qualquer característica física que lhe tornasse infeliz? Com base nessas perguntas é claro e evidente que ninguém responderia “sim, eu opto por ser diferente do padrão constituído pela sociedade”, por esse motivo, quem optaria por ser homossexual, na sociedade de hoje, sabendo do sofrimento causado pelo preconceito e discriminação, sendo comparados à marginais, aturando agressões, ridicularizações e insultos desde que você, supostamente, “optou” pela homossexualidade?

Reflita sobre isso, e procure conhecer antes de desenvolver conclusões preconceituosas sobre uma pessoa homossexual, sem nunca entender as dificuldades que estes enfrentam, pois assumir uma condição amplamente rejeitada pela sociedade conservadora que vivemos não é fácil. Precisamos, todos, aprender com as pessoas diferentes e ouvir seus argumentos, já que os respeitando não nos torna homossexuais também, apenas pessoas que lutam por uma sociedade livre de qualquer tipo de preconceito e consequentemente discriminação.

Carlos Augusto pereita

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia Internacional contra a Homofobia;

Há algumas décadas atrás o termo “homossexualidade” servia para designar algum distúrbio ou síndrome sexual, isso mesmo, para os médicos, da época, uma pessoa homossexual era portadora de alguma “doença” até certo ponto curável. Felizmente, à base de estudos e pesquisas, foi decretado, por volta de 1990, a exclusão da homossexualidade da CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde), sendo classificado posteriormente, e até hoje, como “orientação sexual” – onde o indivíduo tem um senso de realidade pessoal e social com base em suas atrações físicas ou emocionais por pessoas do mesmo sexo.

Por esse motivo, dia 17 de maio é considerado o “Dia Internacional contra a Homofobia”. Data marcada por protestos, marchas, debates e diversos outros tipos de manifestações em diversos países, onde o principal intuito é romper o silêncio das pessoas e combater todos os tipos de discriminação que existem dentro da sociedade. Obviamente que todo dia é dia de combater o preconceito, por isso essa data é apenas simbólica.

Nós brasileiros, gays ou não, temos muito o que “comemorar” hoje, pois graças a boa conduta e a conscientização de muitos deputados no plenário federal, o casamento homoafetivo (ou simplesmente união estável entre casais homossexuais) foi legalizado alguns dias atrás, e além disso, é visível o tamanho dos “braços abertos”, por muitas pessoas dentro da sociedade, em abraçar o combate ao preconceito no mundo. Você não precisa ser homossexual pra agir dessa forma, basta apenas refletir sobre o quão mal qualquer tipo de discriminação faz ao ambiente em que você vive.


Carlos Augusto Pereita

sábado, 14 de maio de 2011

"Um beijo a Bolsonaro"

Como muitos sabem, o deputado Jair Bolsonaro vem sendo “destaque” nas polêmicas que envolvem homofobia, racismo, xenofobia, entre outros tipos de discriminações absurdas. Um político extremamente preconceituoso, cujas idéias e conceitos têm repercutido muitos debates e manifestações no Brasil e avaliações de comportamento abusivo em diversos outros países pelo mundo.

Bolsonaro é simplesmente um cidadão cuja indolência provoca indignação daqueles que “sofrem”, de certa forma, com o descaso que ele assumi, descaradamente, contra homossexuais e negros (principalmente). Afirmando que a principal causa da homossexualidade é o desvio de conduta e de criação deste e que negros deveriam simplesmente viver isolados dos brancos, indeferindo assim homossexuais e negros da sociedade.

No dia 11 de maio, quinta feira, Bolsonaro atacou os jovens de escolas públicas do Rio de Janeiro com uma espécie de panfleto “anti-gays” cuja principal mensagem envolvia a contrariedade do plano nacional que defende o direito dos homossexuais, apelando com textos incoerentes e irracionais que associa até mesmo a homossexualidade com pedofilia. Passagens como "Querem, na escola, transformar seu filho de 6 a 8 anos em homossexual", "Apresento alguns dos 180 itens deste que chamo Plano Nacional da Vergonha, onde meninos e meninas, alunos do 1º Grau, serão emboscados por grupos de homossexuais fundamentalistas, levando aos nossos inocentes estudantes a mensagem de que ser gay ou lésbica é motivo de orgulho para a família brasileira", podem ser vistas no panfleto.

Tal atitude repercutiu, ontem (13 de maio), em Florianópolis uma manifestação de estudantes, onde dezenas de casais homossexuais, bissexuais, brancos e negros se beijaram em frente à Catedral Metropolitana num ato contra a intolerância racial e sexual de pessoas como Bolsonaro que, sem nenhuma consciência cívica, expõem suas idéias “agredindo” fisicamente e emocionalmente tais jovens.

Você não precisa ser homossexual ou negro pra exigir um mundo pacífico, longe de qualquer tipo de preconceito e discriminação. Seu apoio, sua colaboração, sua insistência e sua reflexão são fundamentais e instintivas para tais manifestos. Não sinta vergonha de lutar por felicidade e paz aonde você vive.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Casamento Homoafetivo Legalizado no Brasil;

Após servir de pauta em muitas das discussões no STF (Superior Tribunal Federal), o casamento homoafetivo (ou homossexual) enfim é reconhecido entre os ministros como parte de uma entidade familiar, revigorada pelas mesmas regras que se aplicam à união estável dos casais heterossexuais.

Na realidade, antes dessa aprovação, os casais homossexuais já podiam registrar num cartório uma espécie de contrato civil, estabelecendo a divisão de bens e constatando a validade da união. Mas, com uma expressiva majoritariedade de votos, o Brasil é incluído a partir de hoje na lista de países que reconhecem o casamento homoafetivo, como comum, na sociedade.

Veja o que muda com tal decisão da STF:

- Conforme o Código Civil, os parceiros em união homoafetiva, assim como aqueles de união estável, declaram-se em regime de comunhão parcial de bens.

- Assim como nos casos previstos para união estável no Código Civil, os companheiros ganham direito a pedir pensão em caso de separação judicial.

- As empresas de saúde em geral já aceitam parceiros como dependentes ou em planos familiares, mas agora, se houver negação, a Justiça pode ter posição mais rápida.

- Os casais homossexuais tendem a ter mais relevância como alvo de políticas públicas e comerciais, embora iniciativas nesse sentido já existam de maneira esparsa.

- Por entendimento da Receita Federal, os gays já podem declarar seus companheiros como dependentes, mas a decisão ganha maior respaldo Jurídico.

- Para fins sucessórios, os parceiros ganham os direitos de parceiros heterossexuais em união estável, mas podem incrementar previsões por contrato civil.

- A lei atual não impede os homossexuais de adotarem, mas dá preferência a casais, logo, com o entendimento, a adoção para os casais homossexuais deve ser facilitada.

Enfim, uma imensidão de direitos, antes concedidos somente aos casais heterossexuais, mas que com persistência daqueles que, conscientizados, nunca discriminaram alguém por sua sexualidade, etnia ou religião, conquistaram mais um espaço para homossexuais dentro da sociedade.

Você tenta uma, tenta duas... tenta dez vezes e não consegue sucesso, você desisti e conseqüentemente comete um grande erro, pois é na base da persistência que adquirimos algo do qual estamos cansados de almejar e quando menos esperamos a vitória chega repentinamente. Sua sede pra concretizar tudo que desejou até hoje é despertada e você se vê persistente novamente.